Resultados da pesquisa por: IÊ IÊ IÊ

Inquietação

Quem se deixou escravizarE no abismo despencarDe um amor qualquerQuem no aceso da paixãoEntregou o coraçãoA uma mulherNão soube o mundo compreenderNem a arte de viverNem chegou mesmo de leve a perceberQue o mundo é sonho, fantasiaDesengano, alegriaSofrimento, ironiaNas asas brancas da ilusãoNossa imaginaçãoPelo espaço vai, vai, vaiSem desconfiarQue mais tarde caiPara nunca mais voar

Dies iræ – Júlia Cortines

A esse som de trombeta e de alarma, quem há de Dormir? Mortos, deixai a paz da sepultura E acorrei: o que ouvis é o clarim da Saudade! De pé! de pé! de pé! Despedaçai a dura Lousa que sobre vós lançou o esquecimento, Espectros do sofrer, fantasmas da ventura! Ó divina ilusão, que um …

Dies iræ – Júlia Cortines Leia mais »

Manuela – Gregório Duvivier

manuela, você nãopassa de uma gripeque me entope osporos:qualquer diadesses eu te esqueço         num espirro. Gregório Duvivier Autor: Gregório Duvivier

Unha e carne – Gregório Duvivier

eram como unha e carne os doise como unha e carne partiram-seem metades injuntáveis ambossob o alicate inox e elarepousa no ladrilho, âmbar:lua minguante sobre o bidê. Gregório Duvivier Autor: Gregório Duvivier

Chuck berry fields forever

Trazidos d’África pra Américas de Norte e SulTambor de tinto timbre tanto tonto tom tocouE neve, garça branca, valsa do Danúbio AzulTonta de tanto embalo, num estalo desmaiou Vertigem verga, a virgem branca tomba sob o solRachado em mil raios pelo machado de XangôE assim gerados, a rumba, o mambo, o samba, o rhythm’n’bluesTornaram-se os …

Chuck berry fields forever Leia mais »

Balada do Vietnã

Soldado de chumbo, você onde vai?Vai para a China caçar Mandarim?Ou vai pro Japão pegar samurai?Ou vai pra Amazônia criar bacuri?Soldado de chumboQue ontem saiu da saia da mãeDa casa do paiSoldado sem ódio que canta SinatraNa noite escondida da longe Sumatra Soldado de chumbo da alma de blueQue ontem saiu da casa do paiE …

Balada do Vietnã Leia mais »

Bié bié Brazil

Bye bye Brasil, adeus Tanto faz se eu cantar em português ou inglês Pois se mudou foi Deus, foi Deus Salve a maravilha eletrônica Que já resolveu a fome crônica Mares de antenas de TV pelo país Tornam nosso índio mais alegre e mais feliz E ninguém segura esse milagre Até Frank Sinatra veio à …

Bié bié Brazil Leia mais »

Marielle Franco

Uma força furiosa me impele a gritarCom os nervos à flor da peleÉ preciso exterminarA doença mental, física e assassinaDo racismo, do anti-feminismo e do neonazismo É preciso arrancarDa medula dos ossosDos nervos até a epiderme da peleEsse medonho cancroQue matou Anderson GomesE que matou Marielle Franco Uma força furiosa me impele a gritarCom os …

Marielle Franco Leia mais »

Quem mandou matar Marielle?

Brasil, pátria que te pariuFoi o Rio de JaneiroQuem te balançou primeiro Teu corpo, nascido na maréMina, mana, mulherFloresceu nesse terreiro ContrariandoO seu destinoCantou o seu próprio hinoE mudou a sua sina Com a resistência dos gaysPardos, pretos e índiosEscreveu sua história Brasil, pátria que te pariuPergunta já à flor da peleQuem mandou matar Marielle? …

Quem mandou matar Marielle? Leia mais »

Amor fiel

Você desprezouUm amor fielNinguém tem culpaDe andares de déo em déo Eu te aviseiCom bastante antecedênciaPra não cair na iminênciaSe errarMas se você errou meu bemFoi porque quisNão há razãoPra dizer que és infelizO carnavalSão apenas três diasDe ilusão e fantasiaVocê trocou teu larMeu pequenino céuNinguém tem culpade andares de déo em déo

Infiel

Isso não é uma disputaEu não quero te provocarDescobri faz um ano e tô te procurando pra dizerHoje a farsa vai acabar Hoje não tem hora de ir emboraHoje ele vai ficarNo momento deve estar feliz e achando que ganhouNão perdi nada, acabei de me livrar Com certeza ele vai atrás, mas com outra intençãoTá …

Infiel Leia mais »

Piedade

Piedade, ôôô (piedade)Tem piedade, oh mãe de Deus (piedade) Nossa Senhora da Penha (piedade)Que altura foi morar (piedade)Naquele lugar tão alto (piedade)Freguesia de Irajá (piedade) Piedade, ôôô (piedade)Tem piedade, oh mãe de Deus (piedade) Nossa Senhora da Penha (piedade)É madrinha de João (piedade)Eu também sou afilhada (piedade)Da Virgem da Conceição (piedade) Piedade, ôôô (piedade)Tem piedade, …

Piedade Leia mais »

Inquietação

Quem se deixou escravizarE, no abismo, despencarPor um amor qualquerQuem, no aceso da paixãoEntregou o coraçãoÀ uma mulherNão soube o mundo compreenderNem a arte de viverNem chegou, mesmo de leve, a perceberQue o mundo é sonho, fantasiaDesengano, alegriaSofrimento, ironiaNas asas brancas da ilusãoNossa imaginaçãoPelo espaço, vai, vai, vaiSem desconfiarQue mais tarde caiPara nunca mais voar.

Gabriel

É só de ninarE de desejar que a luz do nosso amorMatéria-prima dessa cançãoFique a brilhar E é pra vocêE pra todo mundo que quer trazer assimA paz no coraçãoMeu pequeno amor E de você me lembrarToda vez que a vida mandar olhar pro céuEstrela da manhãMeu pequeno grande amorQue é você, GabrielPra poder ser …

Gabriel Leia mais »

Samba de gafieira

Que que é bom dançar? Samba!/ que que é bom dançar?Samba!/ um samba de gafieira é bom,/ ele acende umaFogueira no salão/ quando começa a balançar,/ não háCabrocha mais faceira/ que não queira um par./ ele sacodeA noite inteira,/ mexe com as cadeiras dela,/ faz o povoSambar!/ ninguém sai da gafieira/ antes do sambaAcabar. No …

Samba de gafieira Leia mais »

Tieta

Vem meu amor, vem com calorNo meu corpo se enroscarVem minha flor, vem sem pudorEm seus braços me matar Tiêta não foi feitaDa costela de AdãoÉ mulher diaboMinha própria tentaçãoTiêta é a serpenteQue encantava o paraísoEla veio ao mundoPrá virar nosso juízo Tiêta! Tiêta!Pelos olhos de TiêtaMe deixei guiarTiêta! Tiêta!No ventre de TiêtaEncontrei o meu …

Tieta Leia mais »

Charlie Brown

Eh! Meu amigo CharlieEh! Meu amigoCharlie Brown, Charlie Brown Se você quiserVou lhe mostrarA nossa São PauloTerra da garôaSe você quiserVou lhe mostrarBahia de Caetano Nossa gente boaSe você quiserVou lhe mostrarA lebre mais bonitaDo ImperialSe você quiserVou lhe mostrarMeu Rio de JaneiroE nosso carnavalCharlie! Se você quiserVou lhe mostrarVinícius de MoraesE o som de …

Charlie Brown Leia mais »

Dez Anos (Diez Años)

Assim se passaram dez anos Sem eu ver teu rosto Sem olhar teus olhos Sem beijar teus labios assim Foi tao grande a pena Que sentiu a minha alma Ao recordar que tu Foste meu primeiro amor Recordo junto a uma fonte Nos encontramos E alegre foi aquela tarde para nos dois Recordo quando a noite abriu seu manto E o canto daquela fonte nos envolveu O sono …

Dez Anos (Diez Años) Leia mais »

Kyrie

Se eu não merecer o seu amorJuro que vou ser um sofredorMeu Deus não quis me dar a glória de poder amarSó você com fé e com devoção. Se em meu caminho um outro amorNão quiser chegar, sozinho eu vouSou peregrino e sei que o dia vai chegar(eu sei, vai chegar pra ver…)O amor à …

Kyrie Leia mais »

Gabriela

Atravessei o marA remo e a velaFiz guerra e em terraMontei a cavaloE em pelo de selaCruzei as florestas, montanhas e serrasA lua sorria, eu sorri com elaQuando corria, eu corria delaPulei cancelas, pulei quintaisDeixei donzelas e tudo maisQuantas janelas ficaram atrásSó pra te ver gabrielaSó pra te ver gabriela Joaninha ficou chorandoDizendo meu bem …

Gabriela Leia mais »

Pistom de gafieira

Na gafieiraSegue o baile calmamenteCom muita gente dando volta no salãoTudo vai bemMas, eis, porém que de repenteUm pé subiuE alguém de cara foi ao chãoNão é que o DocaUm crioulo comportadoFicou tarado quando viu a DagmarToda soltinhaDentro de um vestido-sacoTendo ao lado um cara fracoE foi tira-la pra dançar?O moço era faixa preta, simplesmenteE …

Pistom de gafieira Leia mais »

Boogie woogie na favela

Chegou o samba minha gente,Lá na terra do Tio San com novidade,E ele trouxe uma cadêncioa que eé maluca,Pra mexer toda a cidade,O Boogie-Woogie, Boogie-Woogie, Boogie-Woogie,A nova dança que balança, mas não cansa,A nova dança que faz parte,Da política da boa vizinhança. E lá na favela toda batucada,Já tem Boogie-Woogie,Até as cobrochas já dançam,Já falam …

Boogie woogie na favela Leia mais »

Me faz bem (me haces bien)

Para falar, eu cantoQuero que saiba o quanto Me faz bemMe faz bemMe faz bem É sempre assim, perfeitoVocê de qualquer jeito Me faz bemMe faz bemMe faz bem Basta verO reflexo dos seus olhosBem nos meusCom esse calor que deu para entender Que o coração não menteQue afortunadamente Me faz bemMe faz bemMe faz …

Me faz bem (me haces bien) Leia mais »

Shimbalaiê

Shimbalaiê, quando vejo o sol beijando o marShimbalaiê, toda vez que ele vai repousarShimbalaiê, quando vejo o sol beijando o marShimbalaiê, toda vez que ele vai repousar Natureza, deusa do viverA beleza pura do nascerUma flor brilhando à luz do solPescador entre o mar e o anzol Pensamento tão livre quanto o céuImagino um barco …

Shimbalaiê Leia mais »

Siriema do Mato Grosso

Oh! Seriema do Mato GrossoTeu canto triste me faz lembrarDaqueles tempos que eu viajavaTenho saudade do teu cantar Maracaju, Ponta-PorãQuero voltar ao meu sertãoRever os campos que eu conheciE a Seriema, eu quero ouvir Oh! Seriema, quando tu cantasDo Mato Grosso a saudade vemOh! Seriema quando tu choras e vai emboraEu choro também Maracaju, Ponta-PorãQuero …

Siriema do Mato Grosso Leia mais »

Réquiem para matraga

Vim aqui só pra dizer Ninguém há de me calar Se alguém tem que morrer Que seja pra melhorar Tanta vida pra viver Tanta vida a se acabar Com tanto pra se fazer Com tanto pra se salvar Você que não me entendeu Não perde por esperar

Falta de consciência

Meu pobre coração Você maltrata por querer E faz sofrer, ingrata Já é não ter um pingo só De consciência Tenha paciência, tenha dó De quem no mundo vive só Eu faço por tirar Do pensamento esta lembrança Que me domina Irei cumprir a minha sina O esquecimento será minha vingança Eu sei, arranjaste outro …

Falta de consciência Leia mais »

Modinha para Gabriela

Quando eu vim pra esse mundo Eu nao atinava em nada Hoje eu sou gabriela Gabriela he! meus camaradas Eu nasci assim, eu cresci assim Eu sou mesmo assim Vou ser sempre assim Gabriela, sempre gabriela Quem me batizou, quem me iluminou Pouco me importou, e assim que eu sou Gabriela, sempre gabriela Eu sou …

Modinha para Gabriela Leia mais »

Ficção científica

Hoje a noite Flash Gordon Vai tentar ser Barbarella Para ver se aprisiona Albert Einstein Que criou o elixir da longa vida Ainda vive E tenta criar uma nova bomba H Um eclipse destruiu o sol Que queria ser Apolo Sem o mito só o fogo queima o chão Julio Verne matou Galileu E Saturno …

Ficção científica Leia mais »

Africaner brother Bound (Jean Pierre, Henrique Hermeto e Gilberto Gil)

Africaner brother boundQuanto tempo ainda maisJá durou até demaisO que não devia ser jamais Poeta calou por um dia ou doisBandeira arriada pra descansarO batuque ficou pra depoisQue o coração desenfrear  Africaner brother boundQuanto tempo ainda maisJá durou até demaisO que não devia ser jamais Quem é que no mundo pode impedirO sol de nascer …

Africaner brother Bound (Jean Pierre, Henrique Hermeto e Gilberto Gil) Leia mais »

Meu velho (Oswaldo Santiago; I Believe – Drake, Stilman, Grahana and Shirl)

É um bom tipo meu velho Que anda só e carregando Sua tristeza infinita De tanto seguir andando Eu o estudo desde longe Porque somos diferentes Ele cresceu com os tempos Do respeito e dos mais crentes Velho, meu querido velho Agora caminha lento Como perdoando o vento Eu sou teu sangue meu velho Teu …

Meu velho (Oswaldo Santiago; I Believe – Drake, Stilman, Grahana and Shirl) Leia mais »

Iemanjá

Hoje o reggae bate forte na cabeça, Como vento bate forte lá no litoral. E as ondas são como a batida da guitarra, Ou então como no toque do meu berimbau. E as estrelas são meu grito de alegria E euforia quando o dia é de carnaval. Então eu danço com meu povo e minha …

Iemanjá Leia mais »

Maldito Hippie Sujo

Ei patrão, olha só quem vem ali O hippie da cidade não quis ir embora não Não dá pra acreditar que ele ainda está de pé E caminhando em nossa direção Foi muita coragem ter aparecido aqui De certo a nossa língua não entende muito bem Sempre que dissermos “saia” é pra sair Mas se …

Maldito Hippie Sujo Leia mais »

Te Quiero Problar

En este Aqui en este mundito cerrado ella es increible, con su vestido negro indefectible detesto el modo de ella pero pensando bien, ella se amolda a mis sueños muy bien Beat it laun, daun daun Beat it, loom, dap’n daun Beat it laun, baun baun conoce te a ti mismo que yo me entiendo …

Te Quiero Problar Leia mais »

Marginal Tietê

Jatos, carros voam Sobre o canal Farsantes, garças esparsas Na imundice geral Tudo legal Nas alturas parece Como parece impossível Dar um jeito no lixo… Mulheres querem amor e poder E os homens querem somente Aquilo que é irreal Tudo normal Nas cabeças parece Como parece tranqüilo Ser fiel a alguém… Mas não existe megabyte …

Marginal Tietê Leia mais »

Susie

Pertinho de onde eu moro Tem um broto encantador A primeira vez que a vi Pensei logo em amor Olhei muito pro brotinho Mas de nada adiantou É um broto tão difícil Não deu bola, nem ligou Mesmo assim continuei Insistindo em seu olhar Na esperança de um dia Esse brotinho me amar Seu nome …

Susie Leia mais »

Charlie Brown Jr

Muita gente riu de mim Quando eu disse que podia fazer o que quisesse da minha vida Foram muitos anos de vivência, Muitos baldes de água fria na cabeça Muitos goles a mais, alguns passos para trás Só flagrando a cena Eu aprendi o bastante pra poder sorrir Pois ainda estou aqui, tentando conquistar o …

Charlie Brown Jr Leia mais »

Sociedades Humanóides Fantásticas

Eu já nasci desencarnado Com o corpo e a alma lado a lado Do mesmo jeito que eu e você São todos robôs KYZ Somos humanóides programados Pra povoar os planetas alcançados Cuidamos dos bichinhos dos humanos Lagartixas, coelhinhos, pelicanos Crianças lunáticas Civilizações tão plásticas Tendências mais práticas Sociedades humanóides fantásticas Quando o homem chegou …

Sociedades Humanóides Fantásticas Leia mais »

Pierrô Apaixonado

Um pierrô apaixonado Que vivia só cantando Por causa de uma colombina Acabou chorando Acabou chorando A colombina entrou num botequim Bebeu, bebeu, saiu assim, assim Dizendo: Pierrô cacete Vai tomar sorvete Com o arlequim Um grande amor tem sempre um triste fim Com o pierrô aconteceu assim Levando esse grande chute Foi tomar vermute …

Pierrô Apaixonado Leia mais »

Psychobillie

Quando a folha cai No tempo certo obedece o bem Com o peito aberto E o choro sai, ta faltando alguém O rio desce para aliviar E quando falha cai E quando o santo diz amém Com a boca aberta vou falar pra mais Nem sempre cai bem Eu te falei que era pra me …

Psychobillie Leia mais »

Paciência

Chega um momento em que as coisas não dependem mais de você Não dependem mais da sua vontade pra acontecer Você perdeu o controle E seu dever agora é esperar todo o seu esforço não vale mais nada, nada Chega um momento em que as coisas não dependem mais de você Administre as dores de …

Paciência Leia mais »

A Praieira

No caminho é que se vê A praia melhor pra ficar Tenho a hora certa pra beber Uma cerveja antes do almoço é muito bom pra ficar pensando melhor E eu piso onde quiser Você está girando melhor, garota Na areia onde o mar chegou A ciranda acabou de começar, e ela é! E é …

A Praieira Leia mais »

Miedo

Tienen miedo del amor y no saber amar Tienem miedo de la sombra y miedo de la luz Tienem miedo de pedir y miedo de callar Miedo que da miedo del miedo que da Tienem miedo de subir y miedo de bajar Tienem miedo de la noche y miedo del azul Tienem miedo de escupir …

Miedo Leia mais »

Paciência

Mesmo quando tudo pede Um pouco mais de calma Até quando o corpo pede Um pouco mais de alma A vida não pára… Enquanto o tempo Acelera e pede pressa Eu me recuso faço hora Vou na valsa A vida é tão rara… Enquanto todo mundo Espera a cura do mal E a loucura finge …

Paciência Leia mais »

Ilariê

Tá na hora Tá na hora Tá na hora de brincar Pula pula, bole bole Se embolando sem parar Dá um pulo vai pra frente De peixinho vai pra trás Quem quiser brincar com a gente Pode vir, nunca é demais I la ri la ri la ri ê Ôôô I la ri la ri …

Ilariê Leia mais »

Vieste

Vieste na hora exata Com ares de festa e luas de prata Vieste com encantos, vieste Com beijos silvestres colhidos prá mim Vieste com a natureza Com as mãos camponesas plantadas em mim Vieste com a cara e a coragem Com malas, viagens, prá dentro de mim Meu amor Vieste a hora e a tempo …

Vieste Leia mais »

Jackie Tequila

Hiê! Hiô! Hiê Hiê Hiô! Hiê Hiê Hiô! Hiê Hiê Hiô! Hiê! Hiô! Hiê Hiô! Hiê Hiê Hiô! Hiê Hiê Hiô! Funk lá no morro da mangueira Essa menina tá dizendo "sim" Eu sei! Noite bamba tudo a beça Baião na rampa do Cruzeiro… Essa menina tá dizendo Don't worry Cause everything Is gonna be …

Jackie Tequila Leia mais »

Proprietários Do 3o Mundo

Promessas eternas por cumprirE mortos demais a esperar,Sobre uma terra fértil à espera de mãos pra plantar. Mas os punhos fechados e amargos dos proprietários do terceiro mundo.,perderão sangue demais… pra perdoarMentalidade tacanha e assassina nas favelas do terceiro mundo.Mortos, suicídios, chacinas somados é o que se vê.Minério, violência, especulação.Bens materiais a amar,Prédios altos que …

Proprietários Do 3o Mundo Leia mais »

Sexperienced

Quero uma garota que já tenha sexperienceNão tenho razão para me importar com que os outros pensemNão tenho medo de te dizerQue essa garota pode ser vocêDesde que tenha sexperience Já experimentei ter paciência com as mais inibidasMas enchi o saco agora quero só mulheres vividasNa cara dura vou te dizerQue essa garota pode ser …

Sexperienced Leia mais »

Caulfield

Não vou saber dizer o que há… Não vou poder jamais explicar os dias em que pensei ter respostas para tudo fingindo ser forte e negar que eu nem sei se eu quero saber se amanhã vai ser igual (ou não)… Porque me assusta tanto não ter histórias pra te ouvir contar. Quão mais tentei …

Caulfield Leia mais »

Sociedade Alternativa

Viva, viva, viva a sociedade alternativa (Viva! Viva!) Viva, viva, viva a sociedade alternativa (Viva o novo aeon) Viva, viva, viva a sociedade alternativa (Viva! Viva!) Viva, viva, viva a sociedade alternativa Se eu quero e você quer Tomar banho de chapéu ou esperar Papai Noel Ou discutir Carlos Gardel Então vá Faça o que …

Sociedade Alternativa Leia mais »

Ritmo perfeito

Sei lá, o que será que você temSó sei que isso me faz tão bemNão canso de te admirarReparar, sem parar Sei lá, será que é só um sonho bomQuem sabe você tem o domDo que há de bom em me amplificar Do jeito que você me olhaNosso ritmo perfeitoQuando você vai emboraMas volta pra …

Ritmo perfeito Leia mais »

Geléia geral

Um poeta desfolha a bandeiraE a manhã tropical se iniciaResplendente, cadente, fagueiraNum calor girassol com alegriaNa geléia geral brasileiraQue o jornal do Brasil anuncia Ê bumba iê iê boiAno que vem, mês que foiÊ bumba iê iê iêÉ a mesma dança, meu boi Ê bumba iê iê boiAno que vem, mês que foiÊ bumba iê …

Geléia geral Leia mais »

Beradêro

Os olhos tristes da fita Rodando no gravador Uma moça cosendo roupa Com a linha do Equador E a voz da Santa dizendo O que é que eu tô fazendo Cá em cima desse andor A tinta pinta o asfalto Enfeita a alma motorista É a cor na cor da cidade Batom no lábio nortista …

Beradêro Leia mais »

O Movimento Está Parado

Ui ui ui… Ai ai ai… Lá lá lá… Iê iê iê etc… (Segue-se uma ruma de frases aleatórias e caóticas, voláteis, camaleônicas, efêmeras, lábeis, inflamáveis, imperecíveis, deletéreas e, sobretudo, supimpas.)

Cabelo

Vou pintar meu cabelo com cor e com cheiro de uma bela flor que entre tantas tão belas é somente ela que tem meu amor mas se fosse contigo meu bem claro que eu pintaria também meu cabelo não tem compromisso com isso não deve a ninguém uooo e vai pintar amor ooo no meu …

Cabelo Leia mais »

Chamada Perdida

Eu só liguei pra perguntar Ainda acredita nos filmes? Eu desliguei sem demonstrar Comoção, ciumes Sei que esse cara te levou Pela mesma porta que entrou Mas não vai, não vai, não vai Dizer que a terra parou Você se perdeu por ego e valor Se juntar tudo que ele comprou Não te paga nenhum …

Chamada Perdida Leia mais »

Castigo

Você não tem motivo, De me dar castigo… Eu já to a perigo, ie ie ie É teu meu ombro amigo… Eu te amo te dou prazer, vou até o fim… O teu gozo é meu jeito de querer, Você clama por mim!!! Ueue thuru, ueue thuru, ie ieeeee… Ueue thuru, ueue thuru, ie ieeeee… …

Castigo Leia mais »

A música brasileira nos anos 1980

Os anos 80 foram uma época de grande diversidade e evolução na música brasileira, com vários gêneros diferentes se desenvolvendo e ganhando popularidade. Uma das principais tendências da década foi o surgimento e o aumento da popularidade da MPB (música popular brasileira). Artistas como Milton Nascimento, Elis Regina, Gal Costa, Tom Jobim, e João Gilberto, …

A música brasileira nos anos 1980 Leia mais »

Uma breve história da música brasileira

A música brasileira tem uma história rica e diversificada, com influências e contribuições de muitas culturas diferentes. A música indígena e africana é uma das principais influências na música brasileira, devido à presença dos índios e escravos africanos no país desde a época colonial. Durante o período colonial, música folclórica e religiosa também desempenharam um …

Uma breve história da música brasileira Leia mais »

O que aconteceu com os prêmios da MTV?

A MTV Brasil premiava artistas através dos prêmios MTV Video Music Brasil, que foi realizado entre 1995 e 2014. Durante esse período, muitos artistas e bandas foram premiados em diferentes categorias, incluindo melhor artista, melhor banda, melhor clipe, entre outros. Alguns dos artistas e bandas que ganharam prêmios incluem: Atualmente a MTV apresenta o prêmio …

O que aconteceu com os prêmios da MTV? Leia mais »

História de Chico Buarque

Popularmente conhecido simplesmente como Chico Buarque, Francisco Buarque de Hollanda é um cantor e compositor brasileiro, dramaturgo, escritor e poeta. Chico é mais conhecido por suas músicas, que frequentemente incluíam comentários sociais, econômicos e culturais sobre o país. Buarque, Filho primogênito de Sérgio Buarque de Hollanda, viveu em diversos locais quando criança. Principalmente no Rio …

História de Chico Buarque Leia mais »

Te Amo Disgraça

(Vai, senta firme)(Vai, senta, senta, senta) Eu sou Exú!(Vai, senta firme, vai)Facção carinhosa, ê, ê(Vai, senta firme)(Vai, senta, senta, senta)(Vai, senta firme)(Vai, senta, senta, senta) Bebendo vinho, quebrando as taçaFudendo por toda a casaSe eu divido o maço, eu te amo, desgraçaTe amo, desgraçaBebendo vinho e quebrando as taçaFudendo por toda a casaSe divido o …

Te Amo Disgraça Leia mais »

Principia

[Pastoras do Rosário]Lá-ia, lá-ia, lá-iaLá-ia, lá-ia, lá-iaLá-ia, lá-ia, lá-iaLá-ia, lá-ia, lá-ia [Emicida]Com o cheiro doce da arrudaPenso em buda, calmoTenso, busco uma ajudaÀs vezes me vem um salmoTira a visão que iluda, é tipo um oftalmoE eu, que vejo além de um palmoPor mim, tu, Ubuntu, algo almoSe for pra crer no terrenoSó no que …

Principia Leia mais »

Realce

Não se incomode, o que a gente pode, podeO que a gente não pode, explodiráA força é bruta e a fonte da força é neutraE de repente a gente poderá Realce, realceQuanto mais purpurina, melhorRealce, realceCom a cor do veludoCom amor, com tudo de real teorDe beleza Realce (realce)Realce (realce)Realce (realce)Realce (realce) Não se impaciente, …

Realce Leia mais »

Sublime

Não que eu me iludaEu acho até que você gosta de mimNão que eu me iludaEu penso até que você pensa Mas não o suficiente pra ficar assimCalado colado sem beijo apressadoSem olhar pro ladoSem tomar cuidado com o fim Não que eu me iludaEu sinto até que você sente um frissonO que não mudaQuando …

Sublime Leia mais »

Tuareg

Na areia branca do deserto escaldanteEle nasceu, cresceu guerreandoCaminhando dia e noiteNo deserto sem errar Pois com muita fé, ele só para pra rezarPois pela direção do sol e das estrelasNo oásis escondido, água ele vai acharPois o homem de véu azul é o prometido de Alá Pois ele é guerreiroEle é bandoleiroAh, ele é …

Tuareg Leia mais »

Vaca profana

Respeito muito minhas lágrimasMas ainda mais minha risadaEscrevo, assim, minhas palavrasNa voz de uma mulher sagrada Vaca profana, põe teus cornosPra fora e acima da manadaVaca profana, põe teus cornosPra fora e acima da manada Ê, ê, êDona de divinas tetasDerrama o leite bom na minha caraE o leite mau na cara dos caretas Segue …

Vaca profana Leia mais »

Natureza morta – Uncategorized

Os livros são dorsos de estantes distantes quebradas.Estou dependurada na parede feita um quadro.Ninguém me segurou pelos cabelos.Puseram um prego em meu coração para que eu não me movaEspetaram, hein? a ave na paredeMas conservaram os meus olhosÉ verdade que eles estão parados.Como os meus dedos, na mesma frase.Espicharam-se em coágulos azuis.Que monótono o mar!Os …

Natureza morta – Uncategorized Leia mais »

Vozes-mulheres – Conceição Evaristo

A voz de minha bisavóecoou criançanos porões do navio.ecoou lamentosde uma infância perdida. A voz de minha avóecoou obediênciaaos brancos-donos de tudo. A voz de minha mãeecoou baixinho revoltano fundo das cozinhas alheiasdebaixo das trouxasroupagens sujas dos brancospelo caminho empoeiradorumo à favela. A minha voz aindaecoa versos perplexoscom rimas de sangueefome. A voz de minha …

Vozes-mulheres – Conceição Evaristo Leia mais »

Da calma e do silêncio – Conceição Evaristo

Quando eu mordera palavra,por favor,não me apressem,quero mascar,rasgar entre os dentes,a pele, os ossos, o tutanodo verbo,para assim versejaro âmago das coisas.Quando meu olharse perder no nada,por favor,não me despertem,quero reter,no adentro da íris,a menor sombra,do ínfimo movimento.Quando meus pésabrandarem na marcha,por favor,não me forcem.Caminhar para quê?Deixem-me quedar,deixem-me quieta,na aparente inércia.Nem todo viandanteanda estradas,há mundos …

Da calma e do silêncio – Conceição Evaristo Leia mais »

A noite não adormece nos olhos das mulheres – Conceição Evaristo

Em memória de Beatriz Nascimento A noite não adormecenos olhos das mulheresa lua fêmea, semelhante nossa,em vigília atenta vigiaa nossa memória. A noite não adormecenos olhos das mulhereshá mais olhos que sonoonde lágrimas suspensasvirgulam o lapsode nossas molhadas lembranças. A noite não adormecenos olhos das mulheresvaginas abertasretêm e expulsam a vidadonde Ainás, Nzingas, Ngambelese outras …

A noite não adormece nos olhos das mulheres – Conceição Evaristo Leia mais »

Nostalgia dos anjos – Alphonsus de Guimaraens Filho

País da sombraVem do olhar do morto,Vem do olhar cerrado,Vem da face extintaSob a noite grave,O gemido suave,Desumanízado. Ah! é a melodiaDos momentos frios,Dos momentos velhos,Desaparecidos.Risos esquecidos,Casarões vazios. Vem do corpo em sombraUma saudade mansa.Voz de outros desterrosPara além de nós.Gritos de criançasE as lembranças doídasPara além de nós.Canta, esquece, sonha.Já nem tenho voz. Ó …

Nostalgia dos anjos – Alphonsus de Guimaraens Filho Leia mais »

De mãe – Conceição Evaristo

O cuidado de minha poesiaaprendi foi de mãe,mulher de pôr reparo nas coisas,e de assuntar a vida. A brandura de minha falana violência de meus ditosganhei de mãe,mulher prenhe de dizeres,fecundados na boca do mundo. Foi de mãe todo o meu tesouroveio dela todo o meu ganhomulher sapiência, yabá,do fogo tirava águado pranto criava consolo. …

De mãe – Conceição Evaristo Leia mais »

Enchemos a vida – Alice Ruiz

enchemos a vidade filhosque nos enchem a vida um me enche de lembrançasque me enchemde lágrimas uma me enche de alegriasque enchem minhas noitesde dias outro me enche de esperançase receiosenquanto me inchamos seios Publicado no livro Paixão xama paixão (1983). In: RUIZ, Alice. Pelos pelos. São Paulo: Brasiliense, 1984. (Cantadas literárias, 24 Alice Ruiz …

Enchemos a vida – Alice Ruiz Leia mais »

Drumundana – Alice Ruiz

e agora maria? o amor acaboua filha casouo filho mudouteu homem foi pra vidaque tudo criaa fantasiaque você sonhouapagouà luz do dia e agora maria?vai com as outrasvai vivercom a hipocondria Publicado no livro Navalhanaliga (1980). In: RUIZ, Alice. Pelos pelos. São Paulo: Brasiliense, 1984. (Cantadas literárias, 24) NOTA: Paródia do poema “José”, do livro …

Drumundana – Alice Ruiz Leia mais »

Topa um pacto de sangue – Alice Ruiz

topa um pacto de sanguecom essa cigana do futuroque lêo passado na tua bocao presente no teu corpoe nos teus olhostanto quanto nos astros? Publicado no livro Paixão xama paixão (1983). In: RUIZ, Alice. Pelos pelos. São Paulo: Brasiliense, 1984. (Cantadas literárias, 24 Alice Ruiz Autor: Alice Ruiz

Boca da noite – Alice Ruiz

boca da noitena calada em silênciograndes lábiosse abrem em sim In: RUIZ, Alice. Pelos pelos. São Paulo: Brasiliense, 1984. p.16. (Cantadas literárias, 24) Alice Ruiz Autor: Alice Ruiz

Assim que vi você – Alice Ruiz

assim que vi vocêlogo vi que ia dar coisacoisa feita pra durarbatendo duro no peitoaté eu acabar virandoalguma coisaparecida com você parecia ter saídode alguma lembrança antigaque eu nunca tinha vivido alguma coisa perdidaque eu nunca tinha tido alguma voz amigaesquecida no meu ouvido agora não tem mais jeitocarrego você no peitopoema na camisetacom a …

Assim que vi você – Alice Ruiz Leia mais »

Sou uma moça polida – Alice Ruiz

sou uma moça polidalevandouma vida lascada cada instantepinta um grilopor cimada minha sacada Publicado no livro Navalhanaliga (1980). In: RUIZ, Alice. Pelos pelos. São Paulo: Brasiliense, 1984. (Cantadas literárias, 24 Alice Ruiz Autor: Alice Ruiz

Projesombras (nós) – Alice Ruiz

por causa deRegina Silveira no mundo das sombrasos objetos inchamgrávidos de outras formas silhuetas dissimulando similaridadesparódias e paradoxoslinearidades em desalinho aquiarmas são a alma das louçasaliprojesombras milimetricamentecalculadas inauguram com humoro outro lado do rigor o primeiro planopassa a pano de fundoo que é o fundo?o que é a figura?o que é a coisa?o que é …

Projesombras (nós) – Alice Ruiz Leia mais »

Na esquina da Consolação – Alice Ruiz

na esquina da consolaçãocom a paulistame perdi de vistavirei artistaequilibristameio mãemeio meninameio meia-noitemeio inteirainteiramente alheiatoda lua cheia In: RUIZ, Alice. Vice-versos. São Paulo: Brasiliense, 1988. (Cantadas literárias Alice Ruiz Autor: Alice Ruiz

Lá ia eu – Alice Ruiz

lá ia eutoda expostaàquele olharde garfo e facavendoa mesa postaminhas postas em fatiasouvindo dos convivaspiadas macarrônicas Publicado no livro Navalhanaliga (1980). In: RUIZ, Alice. Pelos pelos. São Paulo: Brasiliense, 1984. (Cantadas literárias, 24 Alice Ruiz Autor: Alice Ruiz

Beija-flores – Alberto de Oliveira

Os beija-flores, em festa,Com o sol, com a luz, com os rumores,Saem da verde floresta,Como um punhado de flores. E abrindo as asas formosas,As asas aurifulgentes,Feitas de opalas ardentesCom coloridos de rosas, Os beija-flores, em bando,Boêmios enfeitiçados,Vão como beijos voandoPor sobre os virentes prados; Sobem às altas colinas,Descem aos vales formosos,E espraiam-se após ruidososPela extensão …

Beija-flores – Alberto de Oliveira Leia mais »

Afrodite – Alberto de Oliveira

I Móvel, festivo, trépido, arrolando,À clara voz, talvez da turba iriadaDe sereias de cauda prateada,Que vão com o vento os carmes concertando, O mar, — turquesa enorme, iluminada,Era, ao clamor das águas, murmurando,Como um bosque pagão de deuses, quandoRompeu no Oriente o pálio da alvorada. As estrelas clarearam repentinas,E logo as vagas são no verde …

Afrodite – Alberto de Oliveira Leia mais »

Terceiro canto – Alberto de Oliveira

I Embala-me, balanço da mangueira,Embala-me, que enquanto vou contigo,Contigo venho, o meu pesar esqueço.Rompe a luz da manhã rosada e linda,Tudo desperta. E essa por quem padeço,Lânguida e preguiçosa,Entre brancos lençóis repousa ainda.Embala-me, pendente da mangueira,Na tensa corda, meu balanço amigo!Em claro a noite inteiraPassei, pensando nela. Ah! que formosaEstava ontem à tarde no mirante,Um …

Terceiro canto – Alberto de Oliveira Leia mais »

Aspiração – Alberto de Oliveira

Ser palmeira! existir num píncaro azulado,Vendo as nuvens mais perto e as estrelas em bando;Dar ao sopro do mar o seio perfumado,Ora os leques abrindo, ora os leques fechando; Só de meu cimo, só de meu trono, os rumoresDo dia ouvir, nascendo o primeiro arrebol,E no azul dialogar com o espírito das flores,Que invisível ascende …

Aspiração – Alberto de Oliveira Leia mais »

A cancela da estrada – Alberto de Oliveira

Bate a cancela da estradaConstantemente. Cavaleiro, à disparada,Lá vai no cavalo ardente.Cavaleiro em descuidadaMarcha, lá vem indolente. Passa, ondeia levantadaA poeira, toldando o ambiente. Bate a cancela da estradaConstantemente. Bate, e exaspera-se e bradaOu chora contra o batente:(Ninguém lhe ouve na arrastada,Roufenha voz o que sente) — “Minha vida desgraçadaRepouso não me consente;Vivo a bater …

A cancela da estrada – Alberto de Oliveira Leia mais »

Samba jazz – Jenyffer Nascimento

Ele gosta de jazzFrequenta cafés e lugares cult.Já leu Morin, Bourdieu e OswaldFã de Glauber como Deus e o Diabo. A Terra em Transa, transe. De tão existencialistaDivagava horas sobreO tal sentido da vida. Ela não.Só queria saber de viver. Criada no sambaNo ruído da cuíca.Frequentava bares, biroscas, botequins.Além das receitas dos remédios de sua …

Samba jazz – Jenyffer Nascimento Leia mais »

A coisa pública e a privada – Affonso Romano de Sant`Anna

Entre a coisa públicae a privadaachou-se a Repúblicaassentada. Uns queriam privarda coisa pública,outros queriam provarda privada,conquanto, é claro,que, na provação,a privada, publicamente,parecesse perfumada. Dessa luta intestinaentre a gula pública e a privadaa Repúblicaacabou desarranjadae já ninguém sabiaquando era a empresa públicaprivada públicaoupública privada. Assim ia a rês pública: avacalhadauma rês pública: charqueadauma rês pública, publicamentecorneada, …

A coisa pública e a privada – Affonso Romano de Sant`Anna Leia mais »

EPITÁFIO PARA O SÉC XX – Affonso Romano de Sant`Anna

1. Aqui jaz um séculoonde houve duas ou três guerrasmundiais e milharesde outras pequenase igualmente bestiais. 2. Aqui jaz um séculoonde se acreditouque estar à esquerdaou à direitaeram questões centrais. 3. Aqui jaz um séculoque quase se esvaiuna nuvem atômica.Salvaram-no o acasoe os pacifistascom sua homeopáticaatitude— nux-vômica. 4. Aqui jaz o séculoque um muro dividiu.Um …

EPITÁFIO PARA O SÉC XX – Affonso Romano de Sant`Anna Leia mais »

Carta aos – Affonso Romano de Sant`Anna

Carta aosMortosAmigos, nadamudouem essência.Os saláriosmal dão para os gastos,as guerras não terminarame há vírus novos e terríveis,embora o avanço da medicina.Volta e meia um vizinhotomba morto por questão de amor.Há filmes interessantes, é verdade,e como sempre, mulheres portentosasnos seduzem com suas bocas e pernas,mas em matéria de amornão inventamos nenhuma posição nova.Alguns cosmonautas ficam no …

Carta aos – Affonso Romano de Sant`Anna Leia mais »

Meditação – Maria Firmina dos Reis

(À minha querida irmã – Amália Augusta dos Reis)     Vejamos pois esta deserta praia, Que a meiga lua a pratear começa, Com seu silêncio se harmoniza esta alma, Que verga ao peso de uma sorte avessa. Oh! meditemos na soidão da terra, Nas vastas ribas deste imenso mar; Ao som do vento, que sussurra triste, Por entre os leques do gentil …

Meditação – Maria Firmina dos Reis Leia mais »

Limite – Adão Ventura

e quando a palavra apodrece num corredor de sílabas ininteligíveis. e quando a palavra mofa num canto-cárcere do cansaço diário. e quanto a palavra assume o fosco ou o incolor da hipocrisia. e quando a palavra é fuga em sua própria armadilha. e quando a palavra é furada em sua própria efígie. a palavra sem …

Limite – Adão Ventura Leia mais »

Silêncio – Adalgisa Nery

Nas mãos inquietas Cansadas esperanças Tateando formas na luz ausente, Nos olhos embrumados A viva cruz do alívio, Na boca imobilizada A palavra amortalhada. E à tona da fugaz realidade O mistério das surpresas superadas. Paisagem de espaços, e fantasmas Ordenam não falar, não morrer, Ouvir sem conduzir o pensamento, Viver os vazios lúcidos Entre …

Silêncio – Adalgisa Nery Leia mais »

Solidão – Adalgisa Nery

O espírito da tempestade que executa a minha palavra Partiu E minha forma assim abandonada Caiu. Vieram depois a aflição e a agonia E cresceram em mim Como a aurora e o dia. E se eu quisesse contar, homens irmãos, Desde quando meu coração está isento de alegria, Acreditem, Não poderia. Há muitos séculos mora …

Solidão – Adalgisa Nery Leia mais »

Instante – Adalgisa Nery

O espanto abriu meu pensamento Com idioma vindo do delírio, Dos receios indefesos, dos louvores sem raízes, No perdão oferecido sem razão. O espanto abriu meu pensamento Na noite carregada de lamentos Em linguagem universal Fluindo do eco perdido Com passos de presságio amanhecendo. Corpos florindo na pele da terra Acendendo vida nas rosas e …

Instante – Adalgisa Nery Leia mais »

Mulher – Adalgisa Nery

Na face, a geografia da angústia, Dos pânicos e das medrosas alegrias. Cada ruga é um presságio. E auréola da aflição constante O esplendor dos cabelos brancos. Uma só raiz para frutos diversos, Uma só vida para destinos tão complexos, Um só pranto para dores tão diversas. O útero que gera o herói, o sábio, …

Mulher – Adalgisa Nery Leia mais »

Paisagem – Adalgisa Nery

Restam nos meus olhos Séculos de planícies áridas E o vento ríspido que trouxe as lamentações Das sombras agitadas Sobre os pântanos desconhecidos Distantes estão os caminhos Onde eu encontraria a suprema fraqueza Para vergar os meus joelhos E deitar no pó a minha boca moribunda Invisíveis estão as estrelas Que me levariam a contemplar …

Paisagem – Adalgisa Nery Leia mais »

Olhando no espelho – Abdias do Nascimento

(Para meus netos Samora, Alan e Henrique Alberto)Ao espelho te vejo negrinhote reconheço garoto negrovivemos a mesma infânciaa melancolia partilhada do teu profundo olharera a senha e a contra-senhaidentificando nosso destinoconfraria dos humilhadosa povoar de terna lembrançaesta minha evocação de FrancaÉramos um só olharnos papagaios empinadosao sopro fresco do entardecerNegrinho garota negravivemos a mesma infâncianos …

Olhando no espelho – Abdias do Nascimento Leia mais »

Oriki da Elisa – Abdias do Nascimento

Amor em Saudade    desatado    de carência física    embotadoAmor de amor pleno    tranbordante    música pungente    latejanteLateja amor as têmporas   as taclas teclam amor   agudo punhal inclemente   apunhalando a dorDor do desamor que   não é meu   nem teu   meu é o   bemquerer que não morreu   associado partilhado   na partilha do que …

Oriki da Elisa – Abdias do Nascimento Leia mais »

Abandono – Adalgisa Nery

A exaustão faminta Procura elementos ainda vivos no meu ser Talvez guardados em escuros vácuos Que carrego sem saber. Alimenta-se do sopro das imagens Desenhadas pela minha imaginação Pelo tato dos meus sentimentos, Pelo pânico do desconhecido. Aparece como febre constante dilatando as minhas carnes Descoloridas e sem sabor de vida. A exaustão sobe pelos meus pés, Cobre os meus gestos incipientes, Prende a minha língua, Suga o …

Abandono – Adalgisa Nery Leia mais »

Estigma – Adalgisa Nery

Não receio que partas para longe, Que faças por fugir, por te livrares Da força da minha voz E da compreensão do meu olhar. Não temo que os mares te levem No bojo dos transatlânticos Nem tampouco me amedronta Que em possantes aviões No céu e na terra, Em todos os seres me encontrarás Cortes …

Estigma – Adalgisa Nery Leia mais »

Fala – Orides Fontela

Tudoserá difícil de dizer:a palavra realnunca é suave. Tudo será duro:luz impiedosaexcessiva vivênciaconsciência demais do ser Tudo seráCapaz de ferir. SeráAgressivamente real.Tão real que nos despedaça.Não há piedade nos signosE nem no amor: o serÉ excessivamente lúcidoE a palavra é densa e nos fere(toda a palavra é crueldade)– Orides Fontela, do livro “Transposição”, em “Poesia …

Fala – Orides Fontela Leia mais »

Mãos – Orides Fontela

Com as mãos nuas lavrar o campo:  as mãos se ferindo nos seres, arestas da subjacente unidade  as mãos desenterrando luzesfragmentos do anterior espelho  com as mãos nuas lavrar o campo:  desnudar a estrela essencial sem ter piedade do sangue. – Orides Fontela, em “Poesia Reunida [1969-1996]”. São Paulo: Cosac Naify; Rio de Janeiro: 7 Letras, 2006, p. 20. Orides Fontela Autor: Orides Fontela

Poema – Orides Fontela

Saber de cor o silênciodiamante e-ou espelhoo silêncio alémdo branco.Saber seu pesoSeu signo– habitar sua estrelaImpiedosa. Saber seu centro: vazioesplendor alémda vidae vida alémda memória.    Saber de cor o silêncio – e profaná-lo, dissolvê-lo        em palavras.– Orides Fontela, do livro “Alba”, em “Poesia Reunida [1969-1996]”. São Paulo: Cosac Naify; Rio de Janeiro: …

Poema – Orides Fontela Leia mais »

Pouso – Orides Fontela

Ó pássaro, em minha mãoencontram-setua liberdade intactaminha aguda consciência. Ó pássaro, em minha mãoteu cantode vitalidade puraencontra a minha humanidade. Ó pássaro, em minha mãopousadoserá possível cantarmosem uníssono se és o raro pousodo sentimento vivoe eu, pranto vertido na palavra?– Orides Fontela, em “Poesia Reunida [1969-1996]”. São Paulo: Cosac Naify; Rio de Janeiro: 7 Letras, …

Pouso – Orides Fontela Leia mais »

Evocação da rosa – Abdias do Nascimento

(Para Yemanjá – no seu décimo aniversário)Era uma vez uma rosa que não era vegetal nem rosa mineralcarecia até da cor de rosaera uma gata formosanegra amarela e brancosairrequietamente caprichosavestida de suave pêlo multicorBichana terrivelmente amorosados laços dos seus encantosnenhum gato jamais se livrou pelos telhados miava dengosasuspirava a noite inteira seduzindo namoradeiratoda a gataria aoluar da lua alcoviteiraCerto …

Evocação da rosa – Abdias do Nascimento Leia mais »

IV – Júlia Cortines

Com triste olhar seguindoOs pássaros, que em bandoLá voam para o azul da montanha fronteiraEnvolta na doirada e lúcida poeira,Que foge, à proporção que o sol vai recuandoE a sombra vai subindo; Penso no amor infindoQue me prendeu ao brandoRaio do teu olhar; e minha alma de poetaDeixa a sombra que a cerca, e voa, …

IV – Júlia Cortines Leia mais »

O peixe – Patativa do Assaré

 Tendo por berço o lago cristalino, Folga o peixe, a nadar todo inocente, Medo ou receio do porvir não sente, Pois vive incauto do fatal destino. Se na ponta de um fio longo e fino A isca avista, ferra-a insconsciente, Ficando o pobre peixe de repente, Preso ao anzol do pescador ladino. O camponês, também, …

O peixe – Patativa do Assaré Leia mais »

Alma solitária – Júlia Cortines

O que sentias era o que ninguém sentia:– O ódio, o amor, a saudade, a revolta tremenda.Não há ninguém que te ame e te console e entenda.Ninguém compartilhou tua funda agonia.A alma que possuir acreditaste, um dia,Indiferente, vai a trilhar outra senda.Do infinito deserto ergueste a tua tendaEm meio à solidão da paisagem vazia…E ora …

Alma solitária – Júlia Cortines Leia mais »

Anfitrite – Júlia Cortines

(Sobre uma página de Fénelon) Tinta a escama de azul e de oiro, solevandoEm seus brincos a vaga espúmea, pelo bandoDos alegres tritões, que os búzios retorcidosSopram, enchendo o ar de músicos ruídos,Acompanhados, vão os ligeiros golfinhosSeguindo de Anfitrite o carro, que marinhosCorcéis, – que têm na cor cetinosa do peloA brancura da neve e …

Anfitrite – Júlia Cortines Leia mais »

Indiferente – Júlia Cortines

E vão assim as horas! – Vão fugindoUm após outro os dias voadores,Ao túmulo do olvido conduzindoAs alegrias como os dissabores,O sonho agita as asas multicores,E vai-se e vai-se rápido sumindo,Enquanto a vaga quérula das doresSoluça, e rola pelo espaço infindo…A mim, porém a mim, a mim que importa,A mim, cuja esperança há muito é …

Indiferente – Júlia Cortines Leia mais »

O infinito – Júlia Cortines

(G. LEOPARDI)AO DR. ESPERIDIÃO ELOY FILHO. Sempre caro me foi este ermo cole,Mais esta sebe, que de tanta parteO longínquo horizonte à vista oculta.Mas, se me assento, contemplando-a, espaçosIntérminos além, e sobre-humanoSilêncio, e profundíssima quietudeMeu pensamento fantasia; e quaseSe me apavora o coração. Se o ventoOuço fremir nas árvores, aqueleInfinito silêncio a este murmúrioVou comparando: …

O infinito – Júlia Cortines Leia mais »

A um cadáver – Júlia Cortines

Eis-te, enfim, a dormir o teu sono de morte:Semicerrado o olhar, as pupilas serenas,Na atitude de quem nada teme da sorte,Deslembrado do amor e esquecido das penas.Nada pode turbar-te em teu repouso: estalaO raio, a lacerar das nuvens os vestidos;No espaço a luz se extingue, o estampido se cala,Sem vir ferir-te o olhar ou ferir-te …

A um cadáver – Júlia Cortines Leia mais »

Finis – Júlia Cortines

Ouço um surdo, abafado e discorde ruído, Logo após um fragor que pelos ares trona. Qual se dum terremoto o solo sacudido Fosse, em torno de mim tudo se desmorona. O que é feito de vós, altivos monumentos, Que afrontáveis do tempo os inúteis furores, Mergulhando no azul dos largos firmamentos, Mergulhando dos céus nos …

Finis – Júlia Cortines Leia mais »

Canção atual – Jacinta Passos

Plantei meus pés foi aqui amor, neste chão.Não quero a rosa do tempo abertanem o cavalo de nuvemnão quero as tranças de Julieta.Este chão já comeu coisa tanta que eu mesma nem sei,bichopedralixolumemuita cabeça de rei.Muita cidade madura e muito livro da lei.Quanto deus caiu do céu tanto riso neste chão,fala de servo caladopisadosoluço de …

Canção atual – Jacinta Passos Leia mais »

Crepúsculo – Jacinta Passos

Vai lentamente agonizando o dia…O poente onde, há pouco, o sol ardia,se tingiu de cor de ouro, luminosa.Tons desmaiados de lilás e rosalistram o puro azul do firmamento– um poema de luz, neste momento.A sombra de mansinho vem caindoe o contorno das coisas, diluindo.Pesa um grande silêncio, enorme e mudo.Desce suavemente sobre tudo,uma bênção dulcíssima …

Crepúsculo – Jacinta Passos Leia mais »

Catedral – Alphonsus de Guimaraens

Entre brumas, ao longe, surge a aurora.O hialino orvalho aos poucos se evapora,Agoniza o arrebol.A catedral ebúrnea do meu sonhoAparece, na paz do céu risonho,Toda branca de sol. E o sino canta em lúgubres responsos:“Pobre Alphonsus! Pobre Alphonsus!” O astro glorioso segue a eterna estrada.Uma áurea seta lhe cintila em cadaRefulgente raio de luz.A catedral …

Catedral – Alphonsus de Guimaraens Leia mais »

Elegia íntima – Ivan Junqueira

Minha mãe chorando no fundo da noiterachou o silêncio do quarto adormecido.Meu pai olhava o escuro e não dizia nada,Um relógio preto gotejava barulho.Lá fora o vento lambia as espáduas do céu.Minha mãe chorando no fundo da noiteApunhalou o sono de Deus.– Ivan Junqueira, em “Os mortos”. Rio de Janeiro: Atelier de Arte, 1964. Ivan …

Elegia íntima – Ivan Junqueira Leia mais »

Hoje – Ivan Junqueira

A sensação oca de que tudo acabouo pânico impresso na face dos nervoso solitário inverno da carnea lágrima, a doce lágrima impossível…e a chuva soluçando devagarsobre o esqueleto tortuoso das árvores– Ivan Junqueira, em Os mortos”. Rio de Janeiro: Atelier de Arte, 1964. Ivan Junqueira Autor: Ivan Junqueira

Quase uma sonata – Ivan Junqueira

É música o rigor com que te movesà fluida superfície do mistério,os pés quase suspensos, a aéreapartitura do corpo, seus acordes. Espaço e tempo são teu solo. E colhem,não tanto a luz que entornas, mas o pólencom que ela cinge e arroja as coisas mortasalém da espessa morte que as enrola.E música o silêncio que te …

Quase uma sonata – Ivan Junqueira Leia mais »

Ritual – Ivan Junqueira

Fecho as janelas desta casa(seus corredores, seus fantasmassua aérea arquitetura de pássaro)fecho a insônia que inundavameu quarto debruçado sobre o nadafecho as cortinas onde a larvado tempo tece agora sua pragafecho a clara algazarra plácidadas vozes sangüíneas da alvoradafecho o trecho taciturno da tocataa chuva percutindo as teclas do telhadoas sombras navegando pelo pátio    …

Ritual – Ivan Junqueira Leia mais »

Tristeza – Ivan Junqueira

Esta noite eu durmo de tristeza.(O sono que eu tinha morreu ontemqueimado pelo fogo de meu bem.)O que há em mim é só tristeza,uma tristeza úmida, que se infiltrapelas paredes de meu corpoe depois fica pingando devagarcomo lágrima de olho escondido.(Ali, no canto apagado da sala,meu sorriso é apenas um brinquedoque a mãozinha da criança …

Tristeza – Ivan Junqueira Leia mais »

Poesia: – Paulo Leminski

“words set to music” (Dantevia Pound), “uma viagem aodesconhecido” (Maiakóvski), “cernese medulas” (Ezra Pound), “a fala doinfalável” (Goethe), “linguagemvoltada para a sua própriamaterialidade” (Jakobson),“permanente hesitação entre som esentido” (Paul Valery), “fundação doser mediante a palavra” (Heidegger),“a religião original da humanidade”(Novalis), “as melhores palavras namelhor ordem” (Coleridge), “emoçãorelembrada na tranquilidade”(Wordsworth), “ciência e paixão”(Alfred de Vigny), “se …

Poesia: – Paulo Leminski Leia mais »

XVIII – Jorge de Lima

Éguas vieram, à tarde, perseguidas, depositaram bostas sob as vides. Logo após as borboletas vespertinas, gordas e veludosas como urtigas sugar vieram o esterco fumegante. Se as vísseis, vós diríeis que o composto das asas e dos restos eram flores. Porque parecem sexos; nesse instante, os mais belos centauros do alto empíreo, pelas pétalas desceram …

XVIII – Jorge de Lima Leia mais »